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Após acusações de abuso de poder da Receita, de quebra de sigilo de jornalistas e de acobertamento sobre ataque na Líbia, líder diz que consertará problemas de administraçãoO presidente dos EUA, Barack Obama, confrontou um trio de controvérsias nesta quinta-feira, prometendo trabalhar com o Congresso para assegurar que a Receita americana não abuse de seu poder e conclamando os legisladores a fornecer mais dinheiro para fortalecer a segurança nas missões diplomáticas americanas para evitar ataques como os que mataram quatro americanos, incluindo o embaixador americano Christopher Stevens, na Líbia no ano passado.
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Ele também prometeu buscar "um equilíbrio" entre a segurança nacional e a necessidade de proteger a liberdade de imprensa, em resposta a uma polêmica pelo fato de o governo ter obtido secretamente os registros telefônicos da Associated Press.
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O presidente americano está tentando livrar-se de uma crescente percepção de que foi passivo em sua resposta a uma série de acontecimentos que ameaçam prejudicar a agenda do seu segundo mandato e enredar sua Casa Branca em investigações lideradas pelos republicanos no Congresso.
Esperando recuperar impulso, Obama divulgou nesta semana uma série de documentos relacionados aos ataques terroristas em Benghazi (Líbia) em meio à pressão dos republicanos, pediu que o Congresso aja por uma lei que garante aos repórteres o direito de proteger suas fontes e forçou a renúncia do principal funcionário do Serviço de Receita Interna dos EUA (IRS, na sigla em inglês). Espera-se que Obama nomeie Danny Werfel como comissário interino para substituir Steven Miller, que deixou o cargo na quarta.
"Acho que conseguiremos corrigir isso", disse Obama especificamente sobre o fato de o IRS ter feito avaliações adicionais de grupos conservadores. Ele prometeu assegurar que a agência "esteja fazendo seu trabalho de forma escrupulosa e sem um pingo de preconceito".
O presidente tocou na controvérsia da IRS na segunda, mas suas palavras comedidas deixaram muitos insatisfeitos, particularmente considerando que ele esperou três dias para abordar o assunto. Obama também repetidamente afirmou que esperava para descobrir se as denúncias eram precisas, embora autoridades graduadas já tivessem reconhecido as ações controversas.
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Obama, falando nesta quinta em uma coletiva no Jardim Rose com o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, tentou evitar a crítica republicana à resposta do governo aos ataques de Benghazi pedindo ao Congresso para trabalhar com a Casa Branca para fornecer dinheiro para fortalecer a segurança das representações diplomáticas americanas.
"Precisamos nos unir e verdadeiramente honrar o sacrifício daqueles quatro americanos corajosos e melhor garantir a segurança de nossos postos diplomáticos em todo o mundo", disse. "É assim que aprendemos com as lições de Benghazi. É assim que nos mantemos fiéis aos homens e mulheres que enviamos ao exterior para proteger os EUA."
Os republicanos criticam o governo desde os ataques de setembro. Eles estão indignados pelo fato de funcionários terem pressionado pela exclusão de referência a alertas prévios e à Al-Qaeda da declaração oficial sobre os ataques usada cinco dias depois pela embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice.
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Obama também foi questionado sobre a obtenção pelo governo de registros telefônicos de repórteres e editores da Associated Press em uma investigação de vazamento de notícias. O presidente disse que não comentaria sobre esse caso específico, mas declarou que "os vazamentos relacionados à segurança nacional podem pôr a população em risco". Ao mesmo tempo, afirmou, o governo tem a obrigação de ser aberto. Ele disse que o desafio era encontrar um equilíbrio apropriado entre o sigilo e o direito de saber.
Enfatizando a presença de soldados e funcionários de inteligência americanos em situações de risco em todo o mundo, Obama disse: "Parte do meu trabalho é assegurar que protegemos o que fazem enquanto ainda consideramos a necessidade do público de ser informado e de meu cargo prestar contas."
O líder americano disse que não se desculparia por tentar proteger informações confidenciais, com a ressalva de que o caso da AP mostrava a importância de alcançar um equilíbiro entre salvaguardar a informação sigilosa e assegurar a liberdade de imprensa. "Essa é uma conversa que vale a pena ter", afirmou.
Segundo o presidente, agora é um bom momento para discutir uma legislação proposta para proteger jornalistas de ter de revelar informação, incluindo a identidade de fontes a quem foi prometida a Obama said it was a good time to take another look at proposed legislation to protect journalists from having to reveal information, including the identity of sources who have been promised confidencialidade. O projeto de lei contém exceções nas questões de segurança nacional.
A resposta de Obama às três controvérsias foi cautelosa. Isso, combinado com sua falta inicial de conhecimento sobre as controvérsias sendo fermentadas dentro do governo, o tornaram alvo de críticas de seus inimigos republicanos.
À narrativa de um presidente passivo somaram-se esforços da Casa Branca para distanciar Obama do escândalo do IRS, assim como das revelações de que o Departamento de Justiça havia obtido secretamente os registros telefônicos dos jornalistas. Em ambos os casos, a Casa Branca insistiu que o presidente não tinha nenhum conhecimento anterior dos eventos e soube sobre as polêmicas como público em geral - das notícias da imprensa.
E, em um sinal preocupante para a Casa Branca, alguns democratas também criticaram o presidente por não ser mais agressivo em responder aos problemas dentro do governo.
*Com AP