Agência Estado
Deputado quase agrediu fisicamente o ex-secretário de Direitos Humanos, Nilmário Miranda (PT-MG), que questionou a legitimidade da presidência da ComissãoEm meio a bate-boca entre parlamentares, gritos, vaias e muito tumulto, a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou nesta quarta-feira (12) seis requerimentos com pedidos de audiência pública. A primeira sessão da Comissão de Direitos Humanos foi tensa. O presidente da Comissão, deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) e o ex-secretário de Direitos Humanos deputado Nilmário Miranda (PT-MG) quase trocaram agressões físicas durante a sessão. Feliciano fingiu não ouvir Nilmário, que ficou em pé na sua frente e tentava falar com o presidente da Comissão.
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Sem direito a palavra, o deputado Nilmário Miranda (PT-MG), ex-presidente da comissão, se dirigiu à mesa da presidência para protestar. Ele foi acompanhado pelos também petistas Érika Kokay (DF) e Domingos Dutra (MA). Nesse momento, houve troca de insultos e empurrões entre Dutra e o deputado Takaiama (PSC-PR).
“Esta comissão está inviável. Em 18 anos, ela foi presidida por vários partidos e nunca houve tumulto. Vou me retirar em protesto porque não lhe reconheço como presidente e o senhor me tolheu a palavra a todo momento”, disse Nilmário Miranda. “Ele não está dando a palavra para a gente”, reforçou Érika Kokay. A deputada disse que vai apresentar requerimento para cancelar a reunião alegando que houve desrespeito ao regimento.
Momentos depois, Nilmário sentou-se para reclamar do comportamento do pastor que, ironicamente, perguntou quem era ele. "Quem é o senhor? Como é o seu nome?", indagou Feliciano. Já sentado, o petista disse que Feliciano não tinha "legitimidade" para presidir a Comissão. Toda a bancada do PT se retirou da Comissão. Em outro momento, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Domingos Dutra (PT-MA) também quase saíram no tapa.
Manifestantes protestam na Câmara contra permanência de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos
Foto: Alan Sampaio / iG Brasília
Deputados quase saem no tapa na primeira sessão de Feliciano na Comissão de Direitos Humanos
Foto: Agência Brasil
A Frente Parlamentar em Defesa da Dignidade Humana e Contra a Violação de Direitos discute a repercussão sobre Feliciano na Comissão de Direitos Humano no dia 12 de março
Foto: Antonio Cruz/ABr
A Frente Parlamentar em Defesa da Dignidade Humana e Contra a Violação de Direitos discute a repercussão sobre a eleição de Feliciano para a Comissão de Direitos Humano
Foto: Antonio Cruz/ABr
Protesto contra Pastor Feliciano na Comissão de Direitos Humanos na Câmara
Foto: Nico Nemer/Futura Press
Pastor Marcos Feliciano é eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos sob protestos
Foto: Agência Câmara
Deputados do PT e PSOL seguiram o ex-presidente da Comissão, Domingos Dutra (PT-MA), e abandonaram o colegiado
Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara
Sob protestos, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, no dia 7 de março
Foto: Alexandra Martins / Agência Câmara
Grupos protestam contra indicação do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara, no dia 6 de março
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Grupos protestam contra indicação do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Diretos Humanos e Minorias da Câmara, no dia 6 de março
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
Mais cedo, antes do início da sessão, cerca de 50 evangélicos lotaram, desde a parte da manhã, a sala da Comissão de Direitos Humanos. Sentaram-se no lugar dos deputados, ocupando cinco fileiras. A maioria deles admitiu ser da igreja evangélica. "Sou do Gama (cidade-satélite de Brasília) e sou evangélico. Mas não sei se sou da mesma igreja do deputado", disse Jonatas Ferro, que bateu boca e também quase trocou socos com o deputado Mário Heringer (PDT-MG).
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Feliciano foi aplaudido de pé, assim que entrou na sala. Representantes dos movimentos sociais e a imprensa só puderam entrar na sala da Comissão minutos antes do início da sessão. Os representantes de movimentos fizeram muito barulho e gritaram ininterruptamente palavras de ordem contra Feliciano. "Racista, fundamentalista!" , "Pastor ditador!", "Foram Feliciano!"
Na tentativa de mostrar que não é homofóbico, Feliciano pôs em votação requerimento propondo nota de repúdio ao candidato presidencial, Nicolas Maduro, que acusa seu adversário de ser homossexual. O requerimento, que não foi aprovado por falta de quorum, era de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), que é suplente na Comissão e presidente da Frente Parlamentar Evangélica.
Desculpas
Em tentativa de obstruir a pauta, deputados do PT questionaram o quórum mínimo para abertura dos trabalhos. A reclamação, no entanto, foi ignorada por Feliciano.
O deputado pediu desculpas por declarações que fez no passado, que possam ter ofendido alguém. “Neste momento importante para a Nação brasileira, nesta douta comissão, peço a todos e a todas que se sentiram ofendidos por alguma colocação minha, em qualquer época, peço as mais humildes desculpas, e coloco meu gabinete à disposição"
Sem condições de se locomover sozinho pelos corredores da Câmara por causa do assédio dos manifestantes, Feliciano foi obrigado a deixar a Comissão cercado por mais de 20 seguranças.
* Com informações da Agência Brasil