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Confrontos sectários estimulados por Síria matam oito no Líbano

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iG São Paulo

Violência entre partidários e opositores de Assad começou após morte de 17 libaneses na Síria no dia 30 e em meio a temores de uso de armas químicas por Damasco no conflito

O conflito na Síria estimulou confrontos entre duas comunidades na cidade portuária de Trípoli, no norte do Líbano, deixando oito mortos e mais de 60 feridos desde segunda-feira, disseram funcionários sob condição de anonimato.

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Os choques entre os dois bairros, que apoiam lados opostos na guerra civil síria, começaram após informações de que 17 libaneses sunitas foram mortos por forças sírias em 30 de novembro ao entrar na Síria para lutar juntamente com os rebeldes que tentam depor o presidente Bashar al-Assad. O levante já dura 20 meses.

As raízes da violência no Líbano estão na guerra civil do próprio país, que durou 15 anos. A situação se agravou porque o conflito na Síria polarizou a sociedade libanesa.

Trípoli é uma cidade de maioria muçulmana sunita, e a maior parte da população apoia a insurreição na Síria. No entanto, ela também tem uma minoria alauíta (ramo do xiismo), tendo sido registrados vários tiroteios entre sunitas e alauítas, do presidente sírio Assad, desde o início da revolta no país vizinho.

A maioria das vítimas dos enfrentamentos desta semana foi baleada por francoatiradores ao longo da Rua Síria, em Trípoli, que divide o bairro sunita de Bab al-Tabbaneh da área alauíta Jabal Mohsen.

Os confrontos desta quinta aconteceram entre atiradores dos distritos vizinhos. Veículos do Exército foram colocados nos entroncamentos mais importantes perto da área, afirmaram testemunhas.

Armas químicas

A violência no vizinho Líbano aconteceu em meio aos temores crescentes de que Assad possa recorrer a armas químicas para combater a oposição e enquanto a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) avançou com seus planos de instalar mísseis Patriot e tropas ao longo da fronteira síria com a Turquia para proteger o país de potenciais ataques.

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O governo alemão aprovou o envio de duas baterias de mísseis Patriot à Turquia e prevê mandar até 400 soldados para proteger o país de eventuais ameaças sírias. Como o exército alemão está sob responsabilidade da câmara baixa do Parlamento (Bundestag), a intervenção, conduzida pela Otan, ainda terá que receber o aval dos deputados. A aprovação final deverá ocorrer entre 12 e 14 de dezembro. Além da Alemanha, a Holanda também tem de aprovar a medida.

O regime de Assad caracterizou o reforço militar de "propaganda tecnológica", afirmando que a instalação dos mísseis não impedirá o país de vencer os rebeldes, que chama de terroristas. Além disso, disse que acusação sobre armas químicas seria uma desculpa para uma intervenção militar no país, já que Damasco afirmou repetidas vezes que não usaria esse tipo de armamento.

O envio dos Patriot representa uma clara mensagem de que Assad enfrentará consequências se usar armas químicas ou atacar a Turquia, que é um membro da Otan e apoio os rebeldes que tentam derrubar o regime. Mas seu escopo limitado reflete a pouca disposição do Ocidente de intervir diretamente na guerra civil que, segundo a ONU, deixou 42 mil mortos desde março de 2011.

Os EUA e vários países europeus e árabes reivindicaram a renúncia de Assad sem sucesso. A Rússia e a China por duas vezes protegeram o país de censura no Conselho de Segurança da ONU, e a presença de extremistas entre os rebeldes faz com que os EUA e outros temam armá-los para combater o regime. 

Em Dublin, na Irlanda, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, reuniu-se com o chanceler russo e o enviado de paz da ONU para a Síria em negociações que sugeriram que Washington e Moscou estão trabalhando em uma estratégia comum enquanto o regime de Assad se enfraquece.

*Com AP, AFP e Reuters


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