Vitor Sorano
Dos cerca de mil manifestantes em ato contra a Copa do Mundo, 262 foram detidos pela PMA Polícia Militar considerou um sucesso a intervenção realizada ontem (22) durante a manifestação contra a Copa do Mundo no centro de São Paulo. A operação terminou com 262 pessoas retidas - havia 1.500 - e nenhum preso. Jornalistas também foram retidos e agredidos.
Assista: 'Tropa do braço' se antecipa a black blocs e acaba com protesto em SP
O protesto seguia pela Rua Xavier de Toledo, no centro da cidade, quando policiais militares começaram a fazer um cerco a alguns grupos de manifestantes. "Porque alí foi o exato momento em que tivemos informações de que haveria quebra-quebra", disse o coronel Celso Luiz Ferreira.
Segundo o coronel, a PM interpretou como sinal de que haveria quebra-quebra o momento em que os black blocs deram os braços e gritaram "uh, uh".
Questionado se a intervenção policial é que desencadeou o quebra quebra, o coronel desconversou, mas reconheceu que algumas depredações ocorreram após o cerco. "Fizemos o cerco e uma parte conseguiu sair pela Rua 7 de Abril (e iniciar o quebra quebra)", contou o coronel.
Veja imagens do protesto contra a Copa no centro de São Paulo
Protesto contra Copa no centro de SP tem quebra-quebra
Centro de SP tem cenário de destruição após protesto
Veja fotos do protesto:
Manifestante é detida durante o protesto contra a Copa no centro de São Paulo
Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
Black blocs atacam estabelecimentos comerciais no centro de São Paulo
Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
Cerca de cem manifestantes foram detidos, segundo advogado
Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
Ao menos 25 manifestantes detidos no protesto ficaram sentados no chão, em frente ao 78 °DP
Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG
Protesto teve cerca de 120 detidos. Parte deles foi liberada ainda no centro. Na imagem, manifestantes levados ao 78° DP
Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG
Parte dos manifestantes foi levada ao 78° Distrito Policial, dos Jardins
Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG
Manifestantes em frente ao Theatro Municipal de São Paulo
Foto: Vitor Sorano/iG
Manifestantes seguiram pelas ruas do centro após o confronto com a polícia
Foto: Vitor Sorano/iG
Polícia fecha quarteirão da Xavier de Toledo, onde houve o confronto
Foto: Vitor Sorano/iG
Polícia cerca grupo de manifestantes detidos durante o confronto na rua Xavier de Toledo
Foto: Vitor Sorano/iG
PM na rua Xavier de Toledo, onde houve confronto
Foto: Vitor Sorano/iG
Policiais militares revistam manifestante detido
Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG
Black blocs depredaram estabelecimentos no centro de São Paulo
Foto: Wanderley Preite Sobrinho/iG
Manifestantes depredaram agência bancária do centro de São Paulo
Foto: Vitor Sorano/iG
Polícia Militar faz cordão de isolamento no centro de São Paulo após tumulto
Foto: Vitor Sorano/iG
Manifestantes vestidos de preto e mascarados lideraram o protesto
Foto: Vitor Sorano/iG
Centenas de manifestantes se reuniram em protesto contra a Copa
Foto: Vitor Sorano/iG
Centenas de manifestantes se concentraram na praça da República. 'Pentacampeão, de injustiça e de corrupção', gritavam pelas ruas do centro
Foto: Vitor Sorano/iG
Centenas de manifestantes se concentram na praça da República
Foto: Vitor Sorano/iG
Black blocs organizam cordão humano durante protesto
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Policiais militares reforçam segurança no cruzamento da praça da República com a avenida São Luís
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Os estudantes Lucas Crivelaro e Willians Mardegan participam do protesto contra a Copa
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Manifestantes se concentram na praça da República no segundo ato contra a Copa do Mundo (22/02/2014)
Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
Cerca de mil policiais reforçam a segurança na praça da República
Foto: Gabriela Bilo/Futura Press
"Sem educação, não vai ter Copa", diz um dos cartazes preparados por manifestantes do segundo ato contra a Copa em São Paulo
Foto: Vitor Sorano/iG
Manifestantes se concentram para o segundo ato contra a Copa na Praça da República, centro de São Paulo (22/02/2014)
Foto: Vitor Sorano/iG
Manifestantes se concentram para o segundo ato contra a Copa na Praça da República, centro de São Paulo (22/02/2014)
Foto: Vitor Sorano/iG
"Eu gosto de futebol, mas temos que sacrificar nossos gostos. Eu sou contra investimento para maquiar corrupção", diz Beto Fontes (22/02/2014)
Foto: Vitor Sorano/iG
A polícia mobilizou mais de 2 mil homens na operação - número superior, portanto, ao de manifestantes. Para Ferrerira, a operação foi bem sucedida porque houve menos depredações e menos manifestantes e policiais feridos (um e cinco respectivamente, segundo a PM). Apontados como principais responsáveis pelos atos de vandalismo, os adeptos da tática black bloc estavam em menor número que em manifestações anteriores, reconheceu o coronel.
A intervenção policial também foi criticada por ter resultado na agressão a jornalistas e advogados que atuavam em favor dos ativistas. Ferreira disse ser mto difícil identificar quem era ou não repórter durante a manifestação, pois alguns usavam máscaras e capacete - ao menos um dos jornalistas agredidos, Sérgio Roxo, do jornal O Globo, não portava este tipio de acessório. Sobre os advogados, que buscavam acompanhar as revistas feitas pelos policiais aos manifestantes, o coronel acusou alguns de "incitarem a violência e não permiterem o trabalho da PM".
A operação foi a primeira em que a Polícia Militar usou uma "tropa de braço", como são chamados os policiais desarmados e com treinamento em artes marciais. A mesma estratégia deve continuar a ser utlizada em outros eventos semelhantes.
As informações foram repassadas pelo coronel Ferreira em coletiva de impresna realizada neste domingo em um quartel do comando geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Antes do início do evento, o policial pediu um minuto de silêncio em memória ao cinegrafista Santiago Andrade, da Bandeirantes, e dos mais de dois mil pioliciais "mortos em serviço ou fora dele".
Ferreira também pediu desculpas aos jornalistas. "Venho de antemão pedir desculpas se eventualmente houve alguma falha com relação aos jornalistas", disse ele. As agressões sofridas por jornalistas durante os protestos de junho têm sido apontadas como um dos catalizadores da onda de manifestações iniciada no ano passado.