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Ao apelar aos hispânicos, grupo considerado crucial por Obama e Romney, campanhas precisam adotar táticas diferentes para homens e mulheresConsertar a economia deveria ser uma prioridade para o próximo presidente da nação: Alejandro Gonzalez e Cynthia Gallegos concordam com isso. No entanto, eles falam sobre a questão de maneiras muito diferentes. Ele é pragmático, ela é mais emocional e pessoal.
E isso, de acordo com especialistas, é o desafio enfrentado pelas campanhas ao apelarem para os latinos, cujos votos são cruciais para o presidente Barack Obama e Mitt Romney.
Algumas normas podem até ser responsáveis por muitas decisões nesta eleição, mas as diferentes maneiras como homens e mulheres discutem certas questões estão influenciando as campanhas a adaptarem suas mensagens.
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Quando comparados a outros eleitores, os latinos tendem a viver em ambientes familiares mais tradicionais, disseram os especialistas, voltados a eras nas quais o homem era o provedor e a mulher era a dona de casa. Robert R. Preuhs, professor de ciência política na Universidade Estadual Metropolitana de Denver, descreveu isso como "a diferença economia versus família".
"Os homens devem ser provedores do ponto de vista financeiro, enquanto as mulheres têm um conjunto muito mais amplo de responsabilidades em casa", disse ele. "Para elas, as discussões sobre saúde ou educação são levadas muito pessoalmente. Elas se preocupam muito sobre como isso afetará seus filhos ou seus pais idosos."
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Uma pesquisa do Centro de Pesquisa Pew realizada do dia 7 de setembro ao dia 4 de outubro revelou que a maioria dos homens e mulheres latinos não possuem tantas diferenças sobre as questões. Eles dão a mesma importância aos cuidados de saúde, emprego e educação, e quase metade disse que o país está indo na direção certa. Ambos os sexos tendem a votar nos democratas.
Gonzalez, 79, mudou essa visão pragmática. Voluntário de Obama em Aurora, subúrbio de Denver, ele disse que o governo deveria oferecer os mesmos tipos de benefícios que estavam disponíveis para ele - veterano da Guerra da Coreia, ele foi para a faculdade através da Carta de Direito dos soldados - para promover estabilidade econômica.
"Ninguém é capaz de conquistar isso sozinho", disse Gonzalez.
No entanto, para as mulheres latinas, que geralmente têm mais responsabilidades de cuidado e menos renda do que a maioria das outros eleitoras do sexo feminino, as discussões políticas são lidadas de uma maneira mais emotiva.
"Sou quem sou graças a ajuda de um professor de uma escola pública, e porque eu tenho subsídios para poder cursar a faculdade", disse Gallegos, 41, diretora-executiva do Centro de Recursos para Famílias, uma organização de alcance latino em Denver.
Gallegos disse: "(A eleição)Trata-se de empregos, de escolas, é sobre a economia, sim. Mas, no final, é sobre fazer a vida melhor para todas as pessoas, incluindo pessoas como eu."
Por Fernanda Santos