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Vizinho que libertou mulheres em Ohio rejeita rótulo de herói

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iG São Paulo

Ramsey arrombou porta para soltar jovens desaparecidas há quase 10 anos. 'Poderia ter feito isso no ano passado, não essa coisa de herói. Apenas fazer a coisa certa', disse à CNN

Poucas horas depois de se tornar um herói nacional, uma estrela de vídeo que se tornou um viral e um dos principais assuntos do Twitter, Charles Ramsey, que ajudou a libertar três mulheres que estavam havia quase dez anos em cativeiro no Estado de Ohio, falou à rede de TV CNN sobre problemas para conseguir dormir.

Resgate: Mulheres desaparecidas por ao menos uma década são encontradas nos EUA

Perfil: Saiba quem são as três mulheres resgatadas após dez anos nos EUA

Ele não se referia à emoção que se seguiu ao ato de arrombar a porta do seu vizinho no número 2.207 da Avenida Seymour, em Cleveland, para libertar Amanda Berry, que havia desaparecido em 2003 às vésperas de completar 17 anos; Gina DeJesus, que havia sumido aos 14 anos em 2004; e Michelle Knight, que não era vista mais desde 2002, quando tinha 21 anos.

Em vez disso, ele disse que o problema de sono estaria relacionado ao fato de agora saber que viveu durante um ano perto das reféns. "Até ontem (segunda), a única coisa que tinha me impedido de dormir era a falta de dinheiro", disse na noite de terça-feira Ramsey, um lavador de pratos em um restaurante, ao programa "Anderson Cooper 360". "Poderia ter feito isso no ano passado, não essa coisa de herói", afirmou. "Apenas fazer a coisa certa."

O vizinho relembrou o drama da noite de segunda, quando ouviu uma garota gritar "como se um carro tivesse batido em uma criança". Ele saiu correndo de sua sala com a metade de um Big Mac na mão em direção à casa vizinha para ajudar Amanda. "Estou presa aqui. Ele não me deixa sair. Sou eu e meu bebê", disse ela a Ramsey se referindo à filha Jocelyn, de 6 anos. A menina aparentemente foi concebida e nasceu enquanto a mãe estava em cativeiro.

Ramsey e um homem chamado Angel Cordero arrombaram a porta. O vizinho disse à CNN que nunca havia visto Amanda até segunda-feira e que, em um primeiro momento, seu nome não lhe soou familiar. "A ficha não caiu até o momento em que eu estava ao telefone, quando pensei: 'Achei que essa menina estivesse morta'."

Assista à entrevista de Charles Ramsey, que ajudou a libertar as mulheres desaparecidas:

Polícia em Ohio: Mulheres eram mantidas em cativeiro com cordas e correntes

Depois que a polícia chegou, Amanda explicou que havia mais mulheres dentro da casa. Quando a polícia saiu com as outras duas, Ramsey disse que ficou surpreso. À CNN, Ramsey rejeitou o rótulo de herói e disse que não deveria receber nenhuma recompensa.

O ex-motorista de ônibus escolar Ariel Castro, 52, que é proprietário da casa em que as mulheres foram encontradas, foi preso em um McDonald's depois de fugir do bairro. Seus dois irmãos, Pedro, 54, e Onil, 50, também estão sob custódia policial, mas não está claro como foram presos. Os homens estão sendo interrogados.

Sucesso no Twitter

Enquanto a ação rápida de Ramsey na avenida localizada em um distrito operário habitado majoritariamente por porto-riquenhos em Cleveland o tornou um herói, suas declarações vívidas à emissora WEWS o transformaram em um sucesso no Twitter.

Explicando que ele não fazia ideia de que seu vizinho Ariel Castro podia ter tido pessoas presas dentro da casa, Ramsey afirmou: "Moro aqui há um ano. Entende a minha situação? Fiz churrasco com esse cara. Comemos costelas e ouvimos salsa."

Ariel Castro: Suspeito por sequestro confortou mãe em vigília por filha desaparecida

"Ele apenas sai para o quintal, brinca com os cachorros, conserta seus carros e motos, volta para a casa. Ele é alguém que você olha para depois desviar o olhar. Ele não faz nada acima da média. Entende o que digo? Não havia nada emocionante sobre ele. Bem, até hoje."

Segundo Ramsey, Castro "precisou ter colhões para fazer isso, irmão". "Porque víamos o cara todo dia. Digo, todo dia", afirmou à WEWS, acrescentando: "Soube que havia algo errado quando uma bonita garotinha branca correu para os braços de um homem negro. Há algo de errado aqui."

Em um dos principais tuítes sobre Ramsey, o comediante Patton Oswalt escreveu: "Querido Charles Ramsey: não sou uma bonita garotinha branca, mas totalmente quero correr para os seus braços negros. #herói."

O restaurante Hodge's, em Cleveland, postou uma mensagem no Facebook dizendo: "Estamos extremamente orgulhosos de nosso empregado Charles Ramsey por não dar as costas para essas jovens. Ele é um verdadeiro herói de Cleveland. Nossos pensamentos e orações continuarão com essas mulheres, seus parentes e amigos."

*Com informações da rede de TV americana CNN


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