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“Eu me sinto muito valorizada”, diz professora de Manaus

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Camilo Gomide

Para a docente da rede estadual do Amazonas, único Estado do país que paga acima do piso aos professores, salário e condições de trabalho são boas

Neuza Nilce Lamego de Melo, 50 anos, professora do 1º ao 5º ano do ensino fundamental em Manaus, faz parte de um grupo seleto entre os educadores brasileiros: o de professores que recebem acima do piso nacional. O Amazonas é a única das 27 unidades federativas a pagar valor superior ao estabelecido pela Lei Nacional do Piso do Magistério, promulgada em 2008 (Lei 11.738/08), desrespeitada por 10 Estados e cumprida parcialmente por 11, conforme a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).

Desilusão: Salários baixos provocam fuga de professores da carreira

O salário de Neuza e de seus colegas da rede pública estadual chega a R$ 2. 690,02, para aqueles que trabalham 40 horas semanais, como é o caso da professora. “O nosso salário é um dos melhores do Brasil. Poderia ser melhor, todo funcionário quer um salário melhor, mas é muito bom”, pondera Neuza.

Embora satisfeita com sua situação profissional, sabe das dificuldades do ofício. Para ela, o magistério é uma questão de amor. O professor que for pensar muito em salário certamente vai se frustrar. Mesmo assim, reconhece a importância de condições dignas de trabalho.

Além do piso elevado, no Amazonas as escolas que atingem os objetivos individuais estabelecidos pela secretaria de educação ganham incentivos financeiros como o 14º e o 15º salário para todos os seus funcionários. E se conseguir superar a meta da nota do Ideb ou da avaliação interna da secretaria, a escola ganha o título de "escola de valor", que vem acompanhado de um prêmio de R$ 50 mil, para ser investido na instituição.

Há três anos, Neusa trabalha na Escola Estadual Nossa Senhora das Graças, em Manaus, uma das melhores colocadas no Ideb 2011 entre as do ensino fundamental 2 do Estado, com nota de 7,1. Desde 2008, todas as metas foram cumpridas e todos os prêmios conquistados. “Não tenha dúvida que o incentivo financeiro é um estímulo. Hoje temos uma sala de informática – que é para uso tanto dos professores quanto dos alunos -, laboratório de ciências e biblioteca”, explica a professora.

No entanto, a remuneração não é único fator determinante nessa equação. Um dos motivos apontados por Neuza como fundamentais pela satisfação profissional foi o amparo dado aos professores. “Eu me sinto muito valorizada pela minha pedagoga, meu local de trabalho e a secretaria de educação”.


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