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Anúncio não especificou quando a retirada dos 175 trabalhadores sul-coreanos restantes serão retirados; decisão veio depois que Pyongyang rejeitou convite de diálogo de SeulA Coreia do Sul anunciou nesta sexta-feira (26) que vai retirar os 175 trabalhadores sul-coreanos restantes de uma zona industrial conjunta com a Coreia do Norte, depois que o regime de Pyongyang rejeitou um convite para conversações formais com o objetivo de acabar com o impasse que levou à suspensão das operações no local.
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O comunicado emitido pelo ministro encarregado das relações entre as Coreias disse que havia imposto um prazo para que Pyongyang respondesse ao pedido de diálogo, porque temia que seus trabalhadores passassem a ter acesso limitado a alimentos e medicamentos. Desde o começo do mês, a Coreia do Norte tem proibido a passagem de suprimentos ou trabalhadores na fronteira.
"Tomamos essa decisão inevitável para trazer de volta o pessoal remanescente na Kaesong pela proteção do nosso povo, enquanto suas dificuldades continuam a aumentar", disse o ministro da Unificação Ryoo Kihl-jae em transmissão em cadeia nacional.
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Ryoo pediu que a Coreia do Norte proteja as propriedades das empresas sul-coreanas no complexo Kaesong e garanta a integridade e segurança dos gerentes sul-coreanos durante seu retorno. Ele não deixou claro quando essa retirada acontecerá.
A Comissão de Defesa Nacional, poderosa instituição norte-coreana, disse que a demanda de Seul para conversações formais era enganosa e que a continuidade dos exercícios militares conjuntos entre os EUA e a Coreia do Sul demontra isso. Eles, entretanto, garantiram a segurança dos sul-coreanos durante a retirada. "Se o grupo de fantoches do Sul busca uma piora da situação, seremos obrigados a tomar sérias medidas", disse.
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Uma associação de empresários sul-coreanos que possuem fábricas na Kaesong divulgaram um comunicado afirmando estar chocados com a decisão de Seul de retirar os trabalhadores.
Os comunicados a respeito da Kaesong nesta sexta seguem uma espécie de calmaria depois de semanas de ameaças da Coreia do Norte, incluindo avisos de ataques nucleares e lançamentos de míssil.
Enquanto isso, os exercícios militares continuavam. Nesta sexta-feira, aeronaves sobrevoavam a cidade sul-coreana de Pohang. A Coreia do Norte caracteriza os exercícios, que estão marcados para acabar na terça-feira (30), como preparativos de guerra.
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O projeto Kaesong, inaugurado em 2004, abriga 123 empresas sul-coreanas produzindo vestuário, bens domésticos e capacetes de motocicleta, empregando trabalhadores locais. Ela é operada com know-how e tecnologia sul-coreanos e com mão de obra norte-coreana.
A zona era uma lucrativa fonte de receita para o Norte, dando-lhe quase US$ 90 milhões por ano. As fábricas sul-coreanas pagavam cerca de US$ 130 por mês ao governo da Coreia do Norte por cada trabalhador.
Com AP e Reuters