Maria Fernanda Ziegler
Empresário, que mora em Cambridge, afirma estar surpreso com o fato de um dos suspeitos ter estudado na mesma escola que sua filha de 15 anos: 'Ele era inteligente e amigável'O brasileiro Yuri Ramos, que mora em Cambridge, nos Estados Unidos, foi acordado nesta sexta-feira (19) às 6h30 da manhã com uma mensagem no celular. A mensagem, enviada pela prefeitura, dizia que a cidade estava fechada, o transporte público – que atende 1 milhão e 300 pessoas - estava suspenso e que os moradores deviam permanecer em casa. Minutos depois, o telefone da casa tocou com uma mensagem gravada informando o mesmo. A escola da filha de Ramos também ligou avisando que as aulas estavam suspensas.
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“É um clima de muita tensão para cidades pacatas como Cambridge e Boston. As ruas estão quase desertas, só tem policial andando por elas. Um amigo meu tentou ir ao trabalho hoje de manhã e a polícia o mandou voltar para casa”, disse ao iG Ramos, que mora em Cambridge há quatro anos, desde que foi fazer MBA no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Hoje, ele tem uma empresa de ensino à distância.
A polícia faz nesta manhã uma megacaçada a um dos suspeitos de realizar o ataque em Boston, que deixou três mortos e quase 180 feridos na segunda-feira (15). Identificado como Dzhokhar Tsarnaev, 19 anos, o foragido teria provocado as explosões à bomba perto da linha de chegada da corrida. Tamerlan Tsarnaev, também identificado como suspeito pelo ataque, foi morto em uma troca de tiros.
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Ramos afirma estar impressionado com o fato de um dos suspeitos do atentado de Boston ser Dzhokhar. “Ele estudou no Cambridge Rindge & Latin School, a única escola de ensino médio pública de Cambridge e o mesmo colégio que a minha filha estuda”, disse. “A minha filha não o conhece, mas amigos que estudaram com o rapaz estão abismados com as notícias, pois afirmam que ele era muito inteligente e amigável”, disse.
O brasileiro Vitor Pamplona, que também mora em Cambridge, conseguiu sair de casa e ir trabalhar em sua empresa, na cidade de Someville, a 10 minutos do MIT. “Não é uma restrição. Os policiais pedem para ficar em casa e todo mundo fica. Recebi alerta de tudo quanto é lugar: da prefeitura, do MIT, de tudo. Há muito policial na rua também”, disse ao iG Pamplona, que mora em Cambridge há 3 anos e é dono de uma start-up. "A polícia é muito eficiente e logo esta situação muda e todos poderão sair de casa".
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Na madrugada desta sexta-feira, um policial do MIT foi morto e um guarda de trânsito foi ferido em um tiroteio. A polícia trabalha com a hipótese de que os dois homens responsáveis pelos episódios de violência sejam os mesmos suspeitos pelo ataque em Boston.
Veja imagens da perseguição aos suspeitos:
Policiais da SWAT vasculham casas em Watertown, em Massachusetts, em busca de suspeito de atentato em Boston
Foto: Reuters
Mulher observa pela janela movimentação de policiais em busca de suspeitos no subúrbio de Watertown
Foto: Reuters
Moradores de Watertown acompanham da janela ação de policiais
Foto: AP
Polícia caça segundo suspeito de ataque na Maratona de Boston, na última segunda-feira
Foto: Reuters
Policial toma posição em caçada a suspeito de atentato
Foto: Reuters
Ruas foram interditadas, escolas fechadas e sistema de transporte público suspenso nesta sexta-feira
Foto: Reuters
Técnicos em bombas inspecionam ruas em Watertown
Foto: Reuters
Policiais caçam segundo suspeito em Watertown, Massachusetts
Foto: AP
Policiais param carros em busca de suspeito de atentados
Foto: AP
Funcionário fecha porta de estação de trem após recomendação da polícia
Foto: AP
Policial corre com a arma na mão em busca de suspeito em Watertown
Foto: AP
Um dos dois suspeitos foi morto na madrugada ao ser baleado pela polícia durante uma perseguição de carro em Watertown, a dez quilômetros de Boston. O segundo suspeito conseguiu escapar. Desde a madrugada, a polícia instalou uma caçada massiva.
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“Watertown fica a apenas 10 minutos da minha casa. A polícia está entrando de casa em casa, procurando o suspeito. Isto tudo é muito fora do comum no nosso dia-a-dia. Até mesmo a morte de um policial no campus da universidade seria um caso fora do comum aqui. É um clima de muita tensão”, disse.
*Com informações das agências internacionais