Agência Estado
Líderes do movimento se recusam a negociar com o secretário de Habitação e prometem maior protesto na gestão HaddadVários grupos do movimento sem-teto prometem fazer nesta quarta-feira, 17, o maior protesto enfrentado pela gestão de Fernando Haddad (PT). Eles têm a intenção de reunir 10 mil pessoas em frente à sede Prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá, na região central da capital. Pela manhã, Haddad disse que é natural a ansiedade do movimento de moradia. No entanto, afirmou que não é de "bom tom" que os sem-teto queiram escolher as pessoas responsáveis pela negociação por parte da Prefeitura.
Os líderes do movimento se recusam a negociar com o secretário de Habitação, José Floriano de Azevedo Marques Neto, do Partido Progressista, o mesmo de Paulo Maluf, e com um interlocutor escolhido pela pasta. "Não é de bom tom você escolher o interlocutor. Da mesma forma que a Prefeitura não pode escolher com quem conversa", disse. "Se a pessoa se recusa a dialogar, o diálogo se torna impossível", acrescentou o prefeito.
Ele afirma que não se pode escolher com quem negociar porque se trata de uma questão "suprapartidária". "No episódio do Pinheirinho 2 (reintegração de posse feita pela Polícia Militar em março na zona leste da cidade), nós demos um tratamento completamente diferente do que vinha sendo dado até aquele momento", disse.
Ele afirmou entender as demandas do movimento. "São muitos anos sem produção de moradia. O movimento está ansioso. Vamos conviver com isso porque não se constrói moradia do dia para a noite." "As moradias estão mapeadas e nos próximos dias nós vamos anunciar nosso plano de ação", disse Haddad. Ele afirma que para cumprir a promessa de construir 55 mil unidades é necessário "mirar" um número maior. "Temos cerca de 90 mil moradias mapeadas." Por volta das 10h, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) recomendou aos motoristas evitarem circular pela região central, devido à manifestação.