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Postura desafiante adotada por Kim Jong-un em relação a Xi Jinping foi sentida após o lançamento de foguete em dezembro, doze dias depois de um alerta do governo chinêsO último contato entre Kim Jong-un, o líder da Coreia do Norte, e autoridades de alto escalão chineses não acabou bem. Li Jianguo, membro do Politburo, órgão mais poderoso da China, liderou uma pequena delegação a Pyongyang, capital da Coreia do Norte, em novembro.
Ele carregava consigo uma carta do novo líder da China, Xi Jinping, que aparentemente continha uma mensagem simples: "não lance um míssil balístico". Doze dias depois, Kim fez exatamente isso.
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A relação entre a Coreia do Norte e China, que já foi considerada próxima no passado, vem se deteriorando à medida que Kim, um jovem político que acredita-se estar na faixa dos 20 anos de idade, continua a desafiar Xi, 59 anos, um estadista experiente.
A situação atual da aliança entre a China e a Coreia do Norte é debatida abertamente na mídia chinesa. Poucos consideram o tema um problema sério, apesar de haver um debate dentro do governo chinês sobre como lidar com Kim.
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Mas com a ida de John Kerry, Secretário de Estado dos EUA, à China neste final de semana alguns pontos ficaram claros.
As relações pessoais entre Kim e seus colegas chineses parecem piores em comparação ao período que seu pai, Kim Jong-il, estava no comando. Analistas sugerem que pode ser resultado das diferenças de idade significativas entre Kim e os líderes chineses.
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Não houve nenhuma divulgação a respeito da visita de líderes chineses à Coreia do Norte desde a constrangedora viagem em novembro, quando Kim ignorou o pedido de Xi para contenção. Na mídia chinesa, Kim recebeu críticas mistas.
A mídia estatal de notícias em Pequim não lhe dá apelidos pejorativos, como faziam quando chamavam o presidente americano George W. Bush (2001-2009), "Pequeno sr. Bush".
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Em contraste, os sites de mídia sociais da China divulgaram piadas satíricas, imagens e apelidos destinados a Kim, que muitas vezes é descrito de maneira depreciativa por chineses comuns.
A China frequentemente censura comentários na internet que vão contra a política do Partido Comunista ou são muito críticos à respeito de sua política externa. Os comentários publicados contra Kim foram deixados intactos.
Na mídia chinesa estatal de notícias, a cobertura generosa do Norte tornou-se menos tolerante. Alguns comentaristas disseram que a declaração feita pela Coreia do Norte de que iria reativar seu reator nuclear de Yongbyon “loucura” e “fora de controle".
Por Jane Perlez