Reuters
Políticos foram mortos por um grupo de homens armados e ataque com bomba. Eleições locais são consideradas um importante teste de estabilidade para o paísDois candidatos iraquianos foram mortos menos de uma semana antes das eleições locais que são consideradas um importante teste para a estabilidade política do país. As eleições ocorrem mais de um ano após a retirada das tropas dos Estados Unidos do Iraque.
Na eleição do próximo sábado (20), que escolherá os membros do Conselho Provincial, o primeiro primeiro-ministro Nuri al-Maliki poderá medir forças com rivais xiitas e sunitas antes da eleição parlamentar de 2014.
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A violência e os atentados suicidas aumentaram desde o início do ano no país. Um grupo que é uma ramificação da rede Al-Qaeda desencadeia uma campanha de ataques para instigar o confronto sectário entre muçulmanos xiitas, muçulmanos sunitas e curdos.
Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos atentados deste fim de semana, mas os dois candidatos mortos desde sábado à noite eram sunitas moderados que faziam campanha política em áreas de maioria sunita, onde os insurgentes radicais islamistas atacam rivais.
Ataques
Segundo a polícia, um grupo de homens armados matou Hatem al-Dulaimi em Baiji, cidade a 180 quilômetros de Bagdá. Dulaimi era ligado à Frente al-Ensaf, liderada pelo político sunita Mishaan al-Jubouri, que já foi líder de um pequeno bloco no Parlamento.
"Meu primo era secular, e seu discurso era moderado", disse Ali Sabah, primo da vítima. "Acho que aqueles que o mataram foram os grupos políticos com ligações a grupos armados que operam nesta área."
Horas depois, na manhã deste domingo, uma bomba matou o político Najim al-Harbi, dois de seus irmãos e um guarda-costas na província de Diyala, informou a polícia. Harbi tinha ligações com o vice-primeiro-ministro Saleh al-Mutlaq, um sunita que se aproximou do primeiro-ministro Maliki depois do desmembramento de seu bloco político, o Iraqiya.
As autoridades disseram que um outro candidato sunita escapou de uma bomba colocada neste domingo em uma estrada em Balad Ruz, 90 quilômetros a nordeste da capital.
País dividido
Dez anos após a invasão liderada pelos EUA, os sunitas estão profundamente divididos sobre como conduzir um acordo de partilha de poder com Maliki. Alguns líderes moderados trabalham com o governo, mas outros consideram o primeiro-ministro, que é xiita, um líder autoritário.
Milhares de muçulmanos sunitas vêm protestando desde dezembro na províncias ocidentais contra o que definem como sua marginalização do poder depois da queda de Saddam Hussein, em 2003, e a ascensão da maioria xiita. Eles ainda sentem que foram afastados da partilha de poder e dizem ser injustamente atingidos pelas forças de segurança do país.
Maliki ofereceu concessões na reforma das duras leis antiterrorismo e a libertação de prisioneiros. Mas os protestos dos sunitas continuam.
Os EUA têm interferido no processo eleitoral, alertando para os riscos de privar os sunitas de seus direitos, depois que o gabinete de Maliki adiou a votação em duas províncias de maioria sunita porque, segundo autoridades locais, a segurança não podia ser garantida. Mesmo na coalizão xiita de Maliki, há rupturas. O bloco sadrista, liderado por Moqtada al-Sadr, contrário aos EUA, ameaçou retirar seu apoio à coalizão.