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Dilma contrariou Celso Amorim e tentou impedir saída de Genoino do governo

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Ricardo Galhardo

Presidenta telefonou ao ex-presidente do PT para dizer que não via razão em sua demissão; exoneração só foi aceita após o ex-assessor da Defesa anunciar decisão

A presidenta Dilma Rousseff contrariou o ministro da Defesa, Celso Amorim, e se recusou a demitir o ex-presidente do PT José Genoino do cargo de assessor especial do ministério logo depois de ele ser condenado por corrupção ativa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O iG apurou que, além de contrariar Amorim, Dilma telefonou pessoalmente para dizer a Genoino que não aceitaria sua demissão. A exoneração só foi aceita depois que o próprio Genoino anunciou publicamente que deixaria o cargo.

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Hoje, a Secretaria de Comunicação Social divulgou a seguinte nota: “Na noite do dia 9 de outubro, terça-feira, a presidenta foi informada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, sobre pedido do assessor José Genoino, que queria ser demitido pelo governo. A presidenta respondeu ao ministro que o governo não demitiria o assessor, pois não havia , àquela altura, nenhuma razão para fazê-lo, e comentou que lamentava o fato de uma pessoa da estatura de Genoino estar naquela situação”.

Segundo pessoas próximas a Genoino, a história foi diferente. Amorim teria ido até Dilma na terça-feira, logo depois da confirmação numérica de que Genoino seria condenado, para consultar a presidenta sobre o destino do petista. Até então Genoino não tinha intenção de entregar o cargo.

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Além de rejeitar o afastamento do petista, Dilma telefonou a Genoino para manifestar sua solidariedade e dizer que não o demitiria. “Não vou demitir nem se você for condenado em definitivo”, afirmou a presidenta, segundo relatos. Genoino e outros réus condenados no julgamento do mensalão ainda podem usar o recurso de embargos infringentes junto ao STF para tentar modificar a decisão do tribunal.

No dia seguinte, quarta-feira, o próprio Genoino mudou de opinião e decidiu se afastar do ministério. Só então Dilma aceitou a exoneração, que foi publicada na quinta-feira no Diário Oficial da União.

Indicado pelo ex-ministro Nelson Jobim, Genoino recebia salário de R$ 9 mil como assessor especial do ministério. Segundo pessoas próximas, ele ainda não decidiu o que vai fazer a partir de agora. O ex-presidente do PT recebe aposentadoria da Câmara dos Deputados onde exerceu seis mandatos consecutivos. O salário é de aproximadamente R$ 20 mil brutos.

Celso Amorim foi procurado mas, em função do feriado de Nossa Senhora Aparecida, não havia expediente no Ministério da Defesa. A Secretaria de Comunicação Social mantém a versão de que Amorim só procurou a presidenta depois de Genoino ter pedido demissão.


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