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Cardeal decano pede 'unidade' em missa antes do início do conclave

iG São Paulo

Angelo Sodano realizou celebração na Basílica de São Pedro, no Vaticano, antes de os 115 cardeais eleitores entrarem na Capela Sistina para escolher o sucessor de Bento 16

Os cardeais ouviram um pedido final por unidade nesta terça-feira (12) antes de se trancafiar na Capela Sistina para o conclave que elegerá o próximo papa. Os príncipes da Igreja celebraram a missa "Pro Eligendo Romano Pontífice" nesta manhã em meio às divisões e incertezas de quem será o líder de 1,2 bilhão de católicos nesses tempos de crise.

Um canto gregoriano ecoou enquanto os 115 cardeais eleitores entravam na Basílica de São Pedro usando suas vestimentas vermelhas, muitos mantendo o olhar severo diante da responsabilidade que pesa sobre eles.

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Algumas centenas de fiéis enfrentaram chuvas e trovoadas para assistir à missa pelos telões na Praça São Pedro, no Vaticano. Em sua homília, o cardeal Angelo Sodano, decano do Colégio dos Cardeais, pediu unidade dentro da Igreja, um apelo aos cardeais eleitores para que coloquem suas diferenças de lado pelo bem da Igreja e do próximo papa.

"Cada um de nós é, portanto, chamado a cooperar com o Sucessor de Pedro, o fundamento visível de tal unidade eclesiástica", disse Sodano.

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Ele foi interrompido por aplausos vindo dos bancos, não dos cardeais, quando se referiu ao "amado e venerado" Bento 16 e seu "brilhante" pontificado.

A renúncia de Bento 16 - a primeira de um papa em cerca de 600 anos - tumultuou a Igreja e expôs as profundas divisões entre os cardeais que se dividem entre aqueles que querem um papa que purifique a burocracia disfuncional do Vaticano e aqueles que preferem um pastor que possa inspirar os católicos em um tempo de perda de fiéis.

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"Vamos rezar para os cardeais que devem eleger o pontífice romano", dizia uma das orações durante a missa. "Que Deus os preencha com seu Espírito Santo com compreensão e bons conselhos, sabedoria e discernimento."

Durante a tarde, os cardeais entrarão na Capela Sistina cantando a Ladainha dos Santos, um canto hipnótico implorando a intermediação dos santos para ajudá-los a escolher um papa. Eles ouvirão uma meditação feita pelo cardeal mais velho, farão o juramento de segredo e podem, em seguida, votar.

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Se eles votarem, os primeiros sinais de fumaça devem sair da chaminé da capela às 20h do horário local (16h em Brasília) - se a fumaça for preta, é sinal de que não há um novo papa; se branca, significa que o novo pontífice foi escolhido.

Enquanto poucos esperam que o papa seja eleito na primeira rodada de votação, o Vaticano já está preparado: Na sala das lágrimas, adjacente à Capela Sistina, onde o papa vai imediatamente após sua eleição, três tamanhos de vestes estão preparados. Embaixo delas, sete caixas de sapato estão empilhadas - considerando os vários tamanhos possíveis de pés que podem ser eleitos. A sala tem esse nome pelo peso da responsabilidade e confiança exigida do novo pontífice.

Infográfico 1: Saiba como funciona o conclave para escolha do novo papa

Infográfico 2: Saiba mais sobre as vestimentas do papa

O alfaiate papal Gammareli entregou as roupas na segunda-feira (11) para garantir que o recém-eleito papa possa se trocar imediatamente assim que aceitar sua eleição. Com as palavras "Habemus Papam" - ou "temos um papa" - o pontífice aparece na varanda da Basílica de São Pedro para acenar à multidão pela primeira vez.

O conclave acontece em meio a incertezas e convulsões: não há um favorito claro, não há indicação de quanto tempo a votação deverá durar e nenhuma chance de que um único homem consiga reunir todas as características necessárias a um papa nesse momento.

Leia também: Renúncia de Bento 16 torna futuros papas mais sujeitos à pressão dos críticos

O burburinho girava em torno do cardeal Angelo Scola, italiano tido como favorito entre aqueles que pretendem modificar a poderosa burocracia do Vaticano, o o cardeal brasileiro Odilo Scherer, favorito pelos burocratas internos do Vaticano que querem preservar seu status quo. Outros nomes também surgiram, como o canadense Marc Ouellet, que chefia a Congregação para os Bispos, e o cardeal americano Timothy Dolan.

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Cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer deixa a Basílica de São Pedro após realização de missa (12/03/2013)

Cardeal brasileiro Dom Odilo Scherer deixa a Basílica de São Pedro após realização de missa (12/03/2013)

Foto: Reuters

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Cardeal Peter Turkson, de Gana, participa da missa que abre os trabalhos do conclave na Basílica de São Pedro, no Vaticano

Cardeal Peter Turkson, de Gana, participa da missa que abre os trabalhos do conclave na Basílica de São Pedro, no Vaticano

Foto: Reuters

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Cardeal decano Angelo Sodano celebra missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, antes do início do conclave (12/03/2013)

Cardeal decano Angelo Sodano celebra missa na Basílica de São Pedro, no Vaticano, antes do início do conclave (12/03/2013)

Foto: Reuters

Alguns cardeais também escreveram suas últimas mensagens na página do Twitter antes de entrar no conclave, que proíbe qualquer comunicação com o mundo externo. "Pai Celestial, guie nossos corações e nos dê sabedoria e força amanhã", escreveu o cardeal de Gana Peter Turkson, um dos favoritos, na noite de segunda-feira.

Com AP


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