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Na 6ª, funeral de Estado transfere corpo a museu onde será velado por mais 7 dias. Vice diz que decisão de embalsar corpo tem o objetivo de deixá-lo como o de 'Lênin e Mao Tsé-tung'O corpo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, será embalsamado para que "fique exposto eternamente e o povo possa vê-lo no 'Museu da Revolução'", anunciou nesta quinta-feira o vice-presidente e líder interino do país, Nicolás Maduro.
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De acordo com Maduro, o corpo será transferido na sexta ao Quartel da Montanha de 23 de Fevereiro (antigo Museu Histórico Militar) - que está sendo reformado para que se torne o Museu da Revolução Bolivariana -, onde será velado por ao menos mais sete dias.
Foi do Quartel da Montanha que, em 1992, Chávez liderou um frustrado golpe de Estado contra o presidente Carlos Andrés Pérez em 4 de fevereiro. A tentativa de golpe deu início à carreira política de Chávez. "Estamos muito preocupados porque muitas pessoas se mobilizaram. Milhões. Queremos que todos tenham a oportunidade de vê-lo", afirmou Maduro.
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O líder acrescentou que os restos mortais de Chávez serão embalsamados para ficar como os de "Lênin (líder soviético) e Mao Tsé-tung (líder comunista chinês)", para que "o povo possa tê-lo para sempre em uma urna de cristal". Maduro também informou que o funeral de Estado ocorrerá na sexta às 11 horas locais (12h30 de Brasília), quando se realiza a transferência do corpo para o quartel-museu, que fica perto do Palácio Presidencial de Miraflores, onde Chávez governou por 14 anos.
Segundo o vice-presidente, a previsão é de que compareçam à cerimônia chefes de Estado e de governo de ao menos 50 países, sendo 30 deles do Caribe e da América Latina. A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, desembarcou no país com sua comitiva nesta quinta-feira. Além de Dilma, também participam do funeral os presidentes cubano, Raúl Castro, e iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
O anúncio se segue a dois dias emotivos nos quais partidários de Chávez o compararam a Jesus Cristo e acusaram seus críticos nacionais e internacionais de subversão.
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Dezenas de milhares se enfileiraram nesta quinta para passar perto do caixão com tampa de vidro na Academia Militar de Caracas, aonde o corpo chegou na quarta depois de uma procissão de sete horas desde o hospital onde Chávez morreu no dia anterior aos 58 anos, após uma batalha de quase dois anos contra um câncer.
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Entre soluços e lágrimas, um mar de venezuelanos lotou a academia, com alguns esperando dez horas sob um sol inclemente para ver o caixão e honrar seu líder com continências militares, punhos cerrados ou sinais da cruz. "Cheguei de manhãzinha para ver Chávez. Ele é o meu ídolo pessoal", disse Henry Acosta, de 56 anos.
Mas mesmo enquanto seus partidários tentavam imortalizar o presidente morto, um país exausto começou a mirar o futuro. Alguns expressaram abertamente a preocupação de que os novos líderes não têm estofo para substituir Chávez, enquanto outros disseram estar ansiosos pela informação de quando serão realizadas as novas eleições. A Constituição requer que elas sejam convocadas em 30 dias, mas o governo ainda tem de definir a data.
Aos prantos, Berta Colmenares, de 77 anos, dizia que os chavistas devem agora apoiar a candidatura presidencial de Maduro, para que ele leve a revolução adiante. "Vou votar em Maduro, em quem mais? É ele quem Chávez escolheu, e temos de seguir seu desejo", afirmou, referindo-se ao fato de o presidente venezuelano ter apontado o vice como seu potencial sucessor e candidato governista antes de submeter-se à sua quarta cirurgia em Cuba, em dezembro.
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Mulher ergue o punho em saudação a Hugo Chávez diante do caixão do presidente venezuelano, morto na terça-feira (7/3)
Foto: AP
Venezuelana chora ao ver o corpo do presidente venezuelano Hugo Chávez na Academia Militar em Caracas (7/3)
Foto: AP
Venezuelanos fazem fila do lado de fora da Academia Militar onde o corpo do presidente Hugo Chávez é velado em Caracas (7/3)
Foto: AP
Milhares acompanham cortejo fúnebre do presidente Hugo Chávez em Caracas (06/03)
Foto: AP
Mulher segura pequena foto de Hugo Chávez durante cortejo fúnebre do presidente venezuelano em Caracas (06/03)
Foto: AP
Guarda-costas entram com caixão com corpo de Hugo Chávez na Academia Militar de Caracas, onde será velado até sexta (06/03)
Foto: AP
Pessoas caminham ao lado de caixão de Hugo Chávez coberto com bandeira venezuelana em Caracas (06/03)
Foto: AP
Caixão coberto pela bandeira venezuelana leva corpo do presidente Hugo Chávez durante cortejo fúnebre em Caracas (06/03)
Foto: AP
Vice-presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (2º à D), segura braço de líder boliviano, Evo Morales, em Caracas (06/03)
Foto: AP
Caixão com o corpo do presidente venezuelano, Hugo Chávez, passa por ruas de Caracas depois de deixar hospital militar onde morreu na terça-feira (06/03)
Foto: Reuters
Partidários de Hugo Chávez choram do lado de fora de hospital militar onde presidente venezuelano morreu na terça-feira aos 58 anos (06/03)
Foto: AP
Venezuela chora segurando foto do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, contra o rosto do lado de fora de hospital militar em Caracas (06/03)
Foto: AP
Partidários do presidente Hugo Chávez choram enquanto seguram cartazes em que se lê 'Eu sou Chávez' durante homenagem a líder venezuelano na Praça Bolívar, Caracas (05/03)
Foto: AP
Partidários de Hugo Chávez seguram cartaz em que se leem 'Sejamos como Chávez' e 'Proibido esquecer' durante homenagem a líder venezuelano, morto nesta terça, em Caracas (05/03)
Foto: AP
Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte em frente ao hospital militar em que ele estava internado, em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
Partidário do presidente Hugo Chávez expressa dor pela morte do líder venezuelano em frente ao hospital militar em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
Partidária de Hugo Chávez reage ao anúncio da morte do presidente venezuelano em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
'Chávez, nosso libertador do século 21', diz cartaz nas mãos de partidários de Hugo Chávez após sua morte (05/03)
Foto: Reuters
Venezuelanos choram após o anúncio da morte do presidente Hugo Chávez em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
Venezuela chora ao saber da morte de Hugo Chávez, anunciada pelo vice-presidente em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
Venezuelanos cantam após o anúncio da morte de Chávez (05/03)
Foto: AP
Mulher chora na frente do hospital militar em Caracas onde Hugo Chávez morreu (05/03)
Foto: AP
Venezuelanas se abraçam e choram do lado de fora do hospital militar onde Chávez estava internado (05/03)
Foto: AP
Alguns escolheram andar com motos por Caracas empunhando bandeiras, para homenagear Hugo Chávez (05/03)
Foto: Reuters
Mulheres choram e se abraçam após o anúncio da morte de Chávez pelo vice Nicolas Maduro (05/03)
Foto: AP
Partidários de Hugo Chávez reagem ao anúncio de sua morte, feito em Caracas (05/03)
Foto: AP
Homens reagem à notícia da morte de Chávez em Caracas (05/03)
Foto: Reuters
Apoiadoras de Chávez se abraçam ao receber as notícias de sua morte (05/03)
Foto: AP
Maduro, de 50 anos, deve enfrentar o líder oposicionista Henrique Capriles, governador centrista do Estado de Miranda que foi derrotado por Chávez na eleição presidencial de outubro.
*Com AP e informações dos jornais venezuelanos El Nacional e El Universal