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Promotor do caso Rugai espera 'ansioso' relação entre vídeo e duplo homicídio

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Wanderley Preite Sobrinho

Defesa admitiu que uma das teses é relacionar o assassinato ao tráfico internacional de drogas

A pergunta que ficou ao final das 13 horas do segundo dia de julgamento do caso Gil Rugai é se a defesa vai conseguir provar nos próximos dias a relação entre um vídeo desaparecido, o tráfico internacional de drogas e o assassinato de Luiz Carlos Rugai e a mulher Alessandra Fátima Troitino, ambos supostamente assassinados pelo filho, o próprio Gil Rugai.

Leia também: Defesa pressiona delegado do caso Rugai e explora 'deficiências' da investigação

A polêmica sobre o assunto foi anunciada antes das 12h, quando o advogado Thiago Anastácio e o assistente de acusação Ubirajara Mangini bateram boca. Dedo enriste, Ubirajara questionava a razão de a defesa relacionar a apreensão de 300 quilos de cocaína no Aeroclube de Itú à família da testemunha que estava sendo ouvida, o instrutor de voo de Luiz Carlos Rugai, Alberto Bazaia Neto. O instrutor contava que, a quatro dias de ser assassinado, o pai de Gil "desabafou" com ele sobre o medo que sentia do filho. "Ele é um menino muito perigoso", teria dito Bazaia Neto.

Em resposta, a defesa mostrou inquéritos envolvendo a apreensão de drogas no Aeroclube que o pai do instrutor, Alberto Bazaia Júnior, presidiu. Depois de algumas intervenções da promotoria, Ubirajara se levantou aos gritos: "O pai dele [do instrutor] é reu no processo? Responda! Isso é nojento". Anastácio, então, se levantou e, tete a tete, devolveu: "Nojento é o senhor, que se vende por alguns tostões".

O assunto voltou ao plenário no último depoimento do dia, quando a defesa tentou mostrar contradições na versão de que o assassino arrombou a porta da sala de TV, arrastou Luiz Carlos para o corredor e efetuou cinco disparos. Para isso, os advogados de Gil chamaram o perito Alberi Espindola para demonstrar que a disposição de duas balas no chão poderia significar que a porta estava fechada quando o pai de Gil recebeu os tiros no corredor.

1º dia de julgamento: Acusação minimiza lapso em vídeo que 'trocou os pés' de Gil Rugai
2º dia de júri: 'Vídeo da perícia foi terceirizado', admite acusação de Rugai
Depoimentos do dia:
'Ele é um menino perigoso', disse pai de Gil Rugai a amigo
'Não tenho dúvida', diz delegado sobre participação de Gil Rugai em homicídios

Depois de matar Luiz Carlos, disse o advogado da defesa Marcelo Feller ao final da sessão, o "verdadeiro assassino" poderia ter arrombado a porta para procurar um vídeo "desaparecido" com imagens do voo que o pai de Gil realizou no domingo em que morreu: "O Luiz Carlos tinha acabado de começar a filmar o lugar onde estava tendo aula de voo, exatamente o lugar apontado como ponto de entrada e saída de droga do Brasil".

Questionado sobre o que foi filmado, ele respondeu: "Boa pergunta! O que filmou eu não sei. O promotor disse que nada de valor foi levado do local. Mas a pergunta que se faz é: e o que só tinha valor para alguém em especial? […] Hoje eu tenho uma tremenda dúvida sobre aonde foi parar esse vídeo, se estavam atrás do vídeo [na sala]".

Acusação

Questionado sobre a estratégia da defesa, o promotor do caso, Rogério Leão Zagallo, demonstrou surpresa. Depois de confirmar a pergunta, ele lembrou que "esse processo tramita há 9 anos. Nunca se cogitou isso".

Zagallo disse que pretende trabalhar para desconstruir essa tese. "Mas sinceramente não acredito. Vou aguardar a defesa com bastante ansiedade, curiosidade para ver quais argumentos eles vão apresentar para demonstrar essa versão. A relevância das filmagens e a morte de Luiz Rugai".



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