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Escolas estaduais de São Paulo não têm aula no 1º dia letivo

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Cinthia Rodrigues

De 12 instituições visitadas ou consultadas por telefone pelo iG, apenas três afirmaram ter atividade normal

O primeiro dia letivo da rede estadual paulista foi marcado pela falta de aula em escolas de ensino médio da capital. De 12 escolas consultadas pessoalmente ou por telefone pelo iG, apenas três tiveram atividades normais.

A reportagem foi a duas escolas na intenção de mostrar a expectativa dos jovens para os estudos em 2013, mas encontrou apenas estudantes de passagem, que foram se informar sobre a sala em que estudariam. “Sexta-feira já é difícil ter aula mesmo”, comentou Ingrid Oliveira Ramos, 16 anos, que deveria começar o 2º ano do ensino médio neste 1º de fevereiro na escola estadual Emygdio de Barros, no Butantã, mas teve a estreia adiada para segunda-feira. A unidade tem 13 turmas de ensino médio e todas já estão com um dia a menos de aula no ano letivo.

Na Maria Eugênia Martins, no Jaguaré, não havia aluno nem do lado de fora da sala de aula. “Não veio ninguém. Só os professores estão reunidos”, informou uma funcionária.

O iG ligou para mais 10 escolas com a etapa de ensino. Em quatro a secretaria informou que não houve aula: Na zona leste, a Professor Loureiro Júnior, na Quarta Parada; na zona sul, a Professor Adolfo Casais Monteiro, no Jardim Colonial e a Professor Herculano de Freitas, no Alto da Riviera; e na zona norte, a Gustavo Barroso, no Jova Rural. Nesta última a atendente culpou a falta de alunos. “Não veio ninguém.”

Outras três, segundo os atendentes, tiveram atividade parcial. Na Amadeu Amaral, no Belém, a informação da secretaria é que houve “algumas aulas”. Na Camilo Maria Cavalheiro, no Jardim Santa Maria, zona leste, e na Professor Jesus Attab, na Vila Marcelo, zona sul, os adolescentes foram liberados no intervalo, após três aulas.

Apenas três escolas, por telefone, informaram que houve atividade normal: a Paulo Luig, no Pari, e a Maria José, na Bela Vista, ambas no centro, e a Maria Montessori, na Vila Maria Alta, zona leste.

“Audiência” baixa

Uma pesquisa realizada pelo Ibope a pedido do Instituto Unibanco no ano passado mostra que o ensino médio já tem apenas 43% das aulas convertidas em reais atividades de ensino. O índice chamado de “audiência” mostrou que de cada quatro horas letivas, apenas 1h44 minutos são de aulas.

Sindicato dos professores: faltou bom senso

O sindicato dos professores, Apeoesp, repudiou a decisão de iniciar as atividades letivas em uma sexta-feira. “Pela experiência que todos nós, autoridades, gestores, profissionais da educação e pais temos, não é previsível que haveria um grande volume de faltas de estudantes neste primeiro dia de aula? Qual é o limite que separa a boa intenção de preservar os direitos dos estudantes e medidas meramente formais, que causam prejuízos aos professores, como neste caso?”, afirmou a presidente Maria Izabel Noronha, em nota.

Procurada, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo respondeu, em nota, que as "escolas estaduais são orientadas a cumprir a resolução SE 44, de 7 de julho de 2011, que estabelece que as aulas tenham início no 1º dia útil de fevereiro e sejam encerradas no último dia útil de junho. As atividades escolares devem ser retomadas no 1º dia útil de agosto e serem encerradas quando forem cumpridos os 200 dias letivos anuais". Essa medida visa compatibilizar o cronograma do Estado com os dos demais sistemas de ensino, além de facilitarr aos pais o planejamento das férias dos alunos.

A nota ainda informa que "os alunos das escolas visitadas pela reportagem do iG, assim como os estudantes das demais unidades da rede estadual, terão o calendário letivo completo. Aulas não ministradas são repostas ao longo do ano de modo que sejam cumpridos os 200 dias letivos anuais".


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