O Dia
Filha da vítima disse que somente policiais civis fizeram disparos e não prestaram socorro. Nilza Barbosa de Melo, de 49 anos, morreu quando era transferida em São João de MeritiA manicure Nilza Barbosa de Melo, de 49 anos, morreu baleada durante uma perseguição de policiais civis a dois suspeitos de moto, no bairro Jardim Sumaré, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na tarde de quarta-feira (30). Ela chegou a proteger a neta de um mês de vida, que estava em seu colo. O bebê nada sofreu. Segundo a filha dela e mãe da criança, a dona de casa Daniele Barbosa de Melo, de 25, somente os policiais fizeram disparos.
Ainda de acordo com Daniele, a mãe tinha saído com a neta para encontrar uma amiga. A dona de casa ainda chegou a cruzar com a manicure, próximo a um mercado, na avenida Miguel Couto, onde a família mora. Por volta das 15h e a cerca de 100 metros de casa, policiais civis em uma viatura passaram em perseguição a dois homens em uma moto. Segundo a filha da vítima, apenas os policiais atiraram contra os suspeitos. Ao ouvir os disparos, a avó ainda protegeu a neta com o corpo antes de ser baleada no abdômen e cair.
Daniele contou ainda que os agentes chegaram a parar a pedido de moradores para ver a situação da vítima. "Eles disseram que minha mãe não tinha sido baleada porque não estava sangrando e foram embora sem prestar socorro. Um amigo da família a socorreu de carro e levou para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento)", denunciou Daniele. Ninguém soube informar de qual delegacia era a viatura que participou da perseguição
Na UPA, ainda segundo a família, foi constatado pelos médicos que uma bala estava alojada no abdômen da manicure. Ela morreu quando era colocada na ambulância para ser transferida para o Hospotal da Posse, em Nova Iguaçu. A filha revelou ainda que, por ter sido várias vezes assaltada, a mãe tinha pavor de barulho de tiro e tentou proteger a neta. "Aqui nesta região de São João de Meriti praticamente não tem segurança", protestou Daniele.
O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti). À família e aos jornalistas, os policiais de plantão se limitaram a dizer que o caso está sendo investigado.