Priscilla Borges
Universidade é a primeira ligada ao Andes a decidir pelo fim da paralisação, que já durava quase três meses. Assembleia realizada na tarde desta sexta decidiu retomar as aulas na segunda-feiraOs professores da Universidade de Brasília (UnB) decidiram acabar com a greve da instituição, que já durava quase três meses. Em assembleia realizada pela Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB), o fim da paralisação foi decidido por 130 a 115 votos. As aulas serão retomadas já na segunda-feira.
Com essa decisão, a instituição é a primeira universidade ligada ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) a interromper a greve. Rafael Morgado, presidente da ADUnB, disse que os professores e o sindicato não debateram implicações da decisão e posições sobre a proposta apresentada pelo governo aos grevistas.
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“Os professores decidiram romper com o movimento nacional e voltar imediatamente às salas de aulas. Agora, o calendário de reposição será definido pela reitoria”, afirma Morgado. O Ministério da Educação já vinha cobrando dos reitores, mesmo antes do fim da greve na maioria das federais, um cronograma para a reposição das aulas e das atividades paralisadas.
O governo encerrou a negociação com os docentes, assinando acordo com o Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que representa apenas uma pequena parcela dos professores. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), ao qual a maior parte da categoria é filiado, recusou a proposta governamental e continua orientando as bases para endurecer o movimento grevista.
A proposta do governo federal também foi recusada por duas entidades de professores, o Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
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Apesar disso, algumas instituições estão começando a retomar as atividades. Parte dos professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiu nesta quinta-feira suspender o movimento grevista. O grupo de docentes ligado ao Andes-SN em Santa Catarina só decidirão a proposta de acabar com a paralisação no próximo dia 23.
As universidades federais do Rio Grande do Sul (Ufrgs); de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); de São Carlos (Ufscar) – câmpus de Sorocaba –; de São Paulo (Unifesp) – câmpus de Guarulhos – ; 12 câmpus do Instituto Federal do Paraná (IFPR) e três do Instituto Federal do Acre (IFAC) também decidiram retomar as aulas. No total, a greve envolve cerca de 2 mil professores.