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Intenção é conseguir acesso a um complexo militar, suspeito de realizar testes nucleares; esta é a primeira reunião entre a agência e o país desde agostoEnviados da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) da ONU iniciaram nesta quinta-feira (13) o diálogo com autoridades iranianas em Teerã, buscando formas de recomeçar as negociações com potencias internacionais e conseguir acesso a um complexo militar, suspeito de realizar testes nucleares. Este é o primeiro diálogo entre a agência e o Irã desde agosto.
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Desde junho, as conversas com os EUA e outras nações estão paradas e os inspetores da AIEA continuam fazendo pressão para visitar o complexo militar de Parchin, próximo da capital do Irã, Teerã, meses depois de o país ter insinuado que daria permissão aos agentes para uma segunda visita. Depois, Teerã voltou atrás e colocou uma série de empecilhos para a averiguação.
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Apesar das tentativas agora, não há indícios de que os agentes terão acesso ao complexo militar de Parchin, onde solicitaram uma visita. Uma agência iraniana de notícias afirmou, porém sem citar nenhuma fonte, que "nenhum plano foi anunciado ainda para os inspetores visitarem os estabelecimentos nucleares do Irã ou outros locais".
O Ocidente suspeita que o Irã quer expandir sua capacidade de enriquecer urânico para a produção militar, enquanto o país nega as acusações, dizendo que seus reatores tem fins pacíficos, como a geração de energia e o tratamento contra o câncer.
A equipe formada por sete integrantes, coordenados por Herman Nackaerts, se encontrarão com autoridades iranianas durante os dois dias de diálogo, segundo informou a agência de notícias oficial do país, Irna.
Desde o ano passado, a AIEA exige fazer uma outra inspeção no complexo de Parchin, que, segundo a agência, poderia ser usada para a realização de experiências relacionadas às armas nucleares. O Irã insiste que se trata apenas de uma base militar convencional.
Antes de ir a Teerã, Nackarets demonstrou impaciência com a recusa do Irã de atender os pedidos da AIEA por informações. Em breve entrevista, concedida no aeroporto de Viena, ele assinalou que as "negociações são feitas há quase um ano".