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Censo de insetos em floresta tropical revela números surpreendentes

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Maria Fernanda Ziegler

Esforço que contou com a participação de 102 cientistas conseguiu informações importantes sobre o equilíbrio dos ecossistemas. Número pode ser aplicado na Amazônia

Vista aérea da floresta tropical no Panamá. Estudo contabilizou  que vivem cerca de 25  mil espécies de artrópodes na área

Vista aérea da floresta tropical no Panamá. Estudo contabilizou que vivem cerca de 25 mil espécies de artrópodes na área

Foto: Y. Basset

Cientistas identificaram 129.494 artrópodes.  Na imagem, a Arachnoscelis magnifica

Cientistas identificaram 129.494 artrópodes. Na imagem, a Arachnoscelis magnifica

Foto: M. Leponce

Pela primeira vez, pesquisadores quantificaram insetos, aracnídeos e crustáceos de uma floresta.  Para isto, foi preciso usar um balão

Pela primeira vez, pesquisadores quantificaram insetos, aracnídeos e crustáceos de uma floresta. Para isto, foi preciso usar um balão

Foto: M. Leponce

Na imagem, Yves Basset escala árvore durante estudo no Panamá

Na imagem, Yves Basset escala árvore durante estudo no Panamá

Foto: Y. Basset

No meio da floresta, foi necessário que cientistas usassem uma gaiola

No meio da floresta, foi necessário que cientistas usassem uma gaiola

Foto: Image courtesy of Jürgen Schmidl

O brasileiro Sérvio Ribeiro participou do estudo que envolveu 102 pesquisadores de 21 países

O brasileiro Sérvio Ribeiro participou do estudo que envolveu 102 pesquisadores de 21 países

Foto: Antoine Lévêque

Para estudar as espécies que vivem no topo das árvores, pesquisadores usaram um balão

Para estudar as espécies que vivem no topo das árvores, pesquisadores usaram um balão

Foto: Antoine Lévêque

Na Floresta Tropical do Panamá vivem cerca de 25 mil espécies de artrópodes, calculou estudo inédito de uma equipe internacional de pesquisadores, que inclui três cientistas brasileiros. Esta foi a primeira vez que de pesquisadores quantificaram o número deste grupo de animais, que inclui insetos, aracnídeos e crustáceos, em uma floresta e os resultados trazem informações importantes sobre o equilíbrio dos ecossistemas.

O censo de artrópodes do Panamá foi feita em 12 pontos do Parque Nacional de San Lorenzo, uma área protegida há mais de 100 anos nos arredores do canal do Panamá. Os 102 pesquisadores de 21 países usaram várias técnicas como guindastes, plataformas, balões infláveis, tirolesas e também armadilhas. Durante oito anos, a equipe identificou 129.494 artrópodes, divididos em mais de 6.144 espécies. Entre animais coletados estavam moscas, formigas, percevejos, cigarrinhas, besouros, borboletas, mariposas, entre outros.

Sérvio Ribeiro, pesquisador da Universidade Federal de Ouro Preto, que integrou o estudo, afirma que o modelo usado no Panamá pode ser aplicado na Floresta Amazônica. “Este foi um primeiro modelo que pode pautar outros locais. É provável que este número se repita na Floresta Amazônica, porém para afirmar isto seria preciso repetir este estudo na Amazônia”, disse ao iG.

O pesquisador brasileiro explica que nada funciona em um ecossistema sem artrópodes, seja pela importância na decomposição química de nutrientes na floresta, cadeia alimentar e equilíbrio do ecossistema. A descoberta de um número elevado de artrópodes significa também uma maior biodiversidade nas florestas tropicais, já que sua população tem relação direta com outras espécies de animais e de plantas. "Este é um número alto, maior que o imaginado. Para por este número em perspectiva, para cada espécie de planta, ave ou mamífero nesta floresta, você vai encontrar 20, 83 e 312 espécies de artrópodes, respectivamente", disse em coletiva de imprensa o belga Yves Basset do Instituto Smithsonian de Pesquisa Tropical e autor principal do estudo publicado nesta semana no periódico científico Science.

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Outro resultado que surpreendeu os pesquisadores foi o fato de que metade das espécies pode ser encontrada em um só hectare de floresta. “Esta é uma boa notícia, pois significa que para determinar a diversidade de espécies das florestas tropicais, nós não precisamos mais examinar áreas gigantescas”, disse em coletiva de imprensa Tomas Roslin, da Universidade de Helsinki, na Finlândia e um dos autores do estudo. Ribeiro explica que esta descoberta desmente uma antiga crença de que dizia que as florestas tropicais tinham espécies restritas e variadas em cada local.


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