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Abbas pede que ONU emita 'certidão de nascimento' da Palestina

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iG São Paulo

Líder palestino pede que Assembleia Geral torne Autoridade Palestina 'Estado observador não-membro', afirmando que medida é a última chance para solução de dois Estados

O presidente palestino, Mahmud Abbas, pediu nesta quinta-feira à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para reconhecer o Estado palestino ao apoiar a resolução para elevar o status da Autoridade Palestina de "entidade observadora" para "Estado observador não-membro", afirmando que essa é a última chance para uma solução de dois Estados no conflito de décadas com Israel.

Os palestinos reivindicam que um Estado seja formado na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental - áreas que Israel capturou na Guerra dos Seis Dias, em 1967.

Saiba mais: Palestinos tentam mudança de status na ONU nesta quinta-feira

Infográfico: Saiba os principais fatos do conflito entre Israel e palestinos

"A Assembleia Geral é convocada hoje a emitir uma certidão de nascimento da realidade do Estado da Palestina", disse Abbas à assembleia de 193 nações, de acordo com o texto de sua declaração.

Os palestinos esperam que dois terços dos 193 membros da Assembleia acatem o pedido. A Alemanha, Canadá, EUA, Israel, Reino Unido e outros se opõem, enquanto Áustria, Brasil, Dinamarca, Espanha, França, Noruega, Rússia e Suíça estão entre aqueles que apoiam a medida.

O título de "Estado observador não-membro" é usufruído por outros, como o Vaticano, e daria aos palestinos acesso a outras organizações internacionais, mas não direito a voto na Assembleia ou de propor resoluções nem postular-se a cargos na ONU.

O pedido para a mudança de status é feito depois de a Autoridade Palestina ter visto fracassar sua tentativa de conseguir o reconhecimento como um Estado pleno no ano passado pelo Conselho de Segurança da ONU. Esse pedido ambicioso não conseguiu reunir votos suficientes diante da dura pressão dos EUA.

O embaixador de Israel na ONU, Ron Prosor, alertou a Assembleia Geral que "os palestinos estão dando suas costas para a paz", afirmando que a organização não pode quebrar o vínculo de 4 mil anos entre a população de Israel e a terra de Israel.

Na quarta-feira, Hanan Ashrawi, uma das porta-vozes da Autoridade Palestina, disse que a tentativa de conseguir o reconhecimento da ONU para um Estado palestino é o último esforço para resgatar o problemático processo de paz do Oriente Médio, rejeitando as acusações de Israel de que a medida representa uma forma de passar por cima das negociações. Ela também pediu que os EUA retirem sua objeção à iniciativa, caracterizando a posição de Washington como "patética" e prejudicial aos interesses americanos na região.

Abbas afirmou que o reconhecimento da ONU não tem o objetivo de substituir o diálogo com Israel, mas de aprimorar a posição palestina e assegurar que as fronteiras anteriores ao conflito de 1967 sejam a base para as negociações para a formação de um futuro Estado palestino - ideia que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeita.

Abbas disse que não voltará à mesa de negociações enquanto Israel continuar expandindo assentamentos na terra conquistada durante o conflito. Atualmente, 500 mil israelenses vivem na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, borrando as divisas de 67. Além de uma suspensão parcial de dez meses que terminou em setembro de 2010 e fracassou em possibilitar negociações de paz sustentáveis, Netanyahu recusou-se a congelar a construção dos assentamentos.

*Com AP e Reuters


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